🌟 Sensibilidades Sensoriais no TEA: Como identificar e Acolher
Descubra como identificar e acolher hiper e hipo-reatividade sensorial em crianças autistas .
Veja exemplos práticos, adaptações de ambientes e estratégias respeitosas para pais e educadores.
Introdução
Quem convive com uma criança autista já percebeu que ela pode reagir de forma muito intensa ou quase indiferente aos estímulos do dia a dia.
Uma sirene, um cheiro de comida, a textura da roupa ou até o toque de alguém podem causar desconforto ou, ao contrário, quase não gerar incidentes.
Essas experiências relacionadas estão às sensibilidades sensoriais , que fazem parte dos critérios diagnósticos do Transtorno do Espectro Autista (TEA) segundo o DSM-5 .
Reconhecer esses sinais e adaptar os ambientes é essencial para garantir bem-estar, segurança e desenvolvimento .
Neste artigo, vamos explorar o que são essas sensibilidades, como identificá-las e quais estratégias serem aplicadas em casa e na escola.
🎯O que são sensações sensoriais no TEA?
As crianças autistas podem apresentar diferenças no processamento sensorial . Isso significa que seus cérebros podem reagir de forma mais intensa (hiper-reatividade) ou mais reduzida (hipo-reatividade) a determinados estímulos.
Segundo estudos de Baranek et al. (2006) e Tomchek & Dunn (2007), cerca de 80% a 90% das crianças com TEA apresentam algum tipo de dificuldade sensorial.
🔺 Hiper-reatividade sensorial
É quando a criança apresenta uma sensibilidade aumentada a estímulos.
Exemplos práticos:
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Tampar os ouvidos diante de barulhos comuns, como secador ou liquidificador.
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Recuse roupas por causa da textura da etiqueta ou do tecido.
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Evite luzes fortes ou ambientes muito movimentados.
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Rejeite alimentos com textura, cheiro ou cor.
📌 Impacto: pode causar crises de choro, birras, fuga do ambiente ou recusa alimentar.
🔻 Hipo-reatividade sensorial
É quando a criança tem uma resposta reduzida a estímulos.
Exemplos práticos:
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Não reaja ao próprio nome sendo chamado.
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Buscar movimentos intensos, como pular, girar ou correr sem parar.
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Coloque objetos na boca ou no busque com texturas diferentes para sentir.
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Se mostrar indiferente a cheiros ou dores que outras crianças perceberiam facilmente.
📌 Impacto: pode aumentar riscos (ex.: não perceber que algo está quente ou perigoso) e dificultar interações sociais.
🧩 Como identificar sensibilidades sensoriais
Pais e educadores podem observar os padrões no dia a dia:
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Reações repetidas a estímulos → choro sempre que há barulho forte, por exemplo.
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Evitar atividades → recusar comer certos alimentos ou usar certas roupas.
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Busca de estímulos intensos → pular constantemente, bater palmas perto do ouvido.
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Diferenças em comparação ao grupo → reações muito mais intensas ou muito mais apagadas que as de outras crianças.
👉 É importante registrar essas observações e compartilhar com profissionais (psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos) para melhor compreensão.
🏡 Estratégias para acolher em casa
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Adapte-se ao ambiente
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Use cortinas blackout no quarto para controlar a luz.
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Coloque protetores de ouvido em situações de barulho intenso.
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Ofereça roupas sem etiquetas ou de tecidos mais confortáveis.
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Crie espaços de regulação
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Um cantinho com almofadas, brinquedos sensoriais ou fones abafadores pode ajudar a criança a se divertir.
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Introduza estímulos de forma gradual
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Use reforço positivo
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Celebre pequenas conquistas, como experimentar um novo alimento ou tolerar um som por mais tempo.
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🎒 Estratégias para acolher na escola
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Rotinas visuais
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Quadros de rotina ajudam a preparar a criança para mudanças, mudanças de crises ligadas a surpresas sensoriais.
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Flexibilização do espaço
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Oferecer alternativas de lugares na sala (ex.: perto da janela ou mais distante do grupo).
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Materiais sensoriais
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Pop-its, massas de modelar e bolinhas antiestresse podem ajudar na autorregulação.
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Treino gradual de exposição
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Se há barulho no recreio, deixe que a criança vá primeiro em momentos mais tranquilos e depois, um pouco a pouco, em horários cheios.
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🌟 A importância da Terapia Ocupacional
A terapia ocupacional com integração sensorial é uma das estratégias mais recomendadas para ajudar crianças com TEA a lidar com sensibilidades.
O profissional cria atividades que regulam o sistema sensorial e ajudam a criança a responder melhor aos estímulos.
📚 Estudos e referências
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Baranek, GT (2006). Questionário de experiências sensoriais: Características sensoriais discriminantes em crianças pequenas com autismo, atrasos no desenvolvimento e desenvolvimento típico.
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Tomchek, SD e Dunn, W. (2007). Processamento sensorial em crianças com e sem autismo: um estudo comparativo usando o perfil sensorial curto.
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Associação Psiquiátrica Americana (2013). DSM-5: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
💡 Conclusão
As sensibilidades sensoriais fazem parte da realidade de muitas crianças autistas e influenciam diretamente sua qualidade de vida.
Reconhecer sinais de hiper ou hipo-reatividade , adaptar os ambientes e oferecer acolhimento são passos fundamentais para promover o desenvolvimento, a autonomia e o bem-estar .
Pais e educadores têm papel essencial nesse processo: quando entendem e respeitam essas diferenças, oferecem transformar o mundo em um lugar mais acessível e confortável para uma criança.
Foto de Ksenia Chernaya: https://www.pexels.com/pt-br/foto/um-menino-pulando-na-cama-7296288/
Foto de Ivan Samkov: https://www.pexels.com/pt-br/foto/menina-garota-moca-sentado-8504444/
Foto de jonas mohamadi: https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-um-menino-ouvindo-em-fones-de-ouvido-1490844/
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